31 de dez. de 2010

Um mundo sem palavras ...

Seria tão bom um mundo em que as pessoas não falassem. As palavras com frequência causam desentendimentos, batebocas. Será que os surdos-mudos brigam? Pense um pouco: você chega numa banca, aponta o jornal, paga, e nenhuma palavra é necessária. Num restaurante, é possível fazer o pedido apenas apontando para o cardápio – seja para as comidas, seja para as bebidas –, e, se for uma cerveja, basta levantar o polegar e a loirinha virá estupidamente gelada.
Os filmes seriam todos mudos, como já foram, e todos entenderiam tudo, como já entenderam, pois um olhar é suficiente para mostrar qualquer emoção.

Começando pelo elementar: é possível distinguir, pelo olhar, um sim de um não, seja na hora de procurar um trabalho, seja na hora de cortejar uma mulher. Por acaso, é preciso algum som, alguma palavra, para um homem perceber quanto ela está encantada com a presença dele ou quanto gostaria que ele sumisse do mapa? Um olhar pode ser mais eloquente do que um Aurélio inteiro. Para ser generosa, é preciso falar? Para mostrar que se tem carinho, ódio, autoridade, rigor, bom humor, honestidade, é preciso pronunciar uma palavra que seja? É preciso mais do que um olhar para saber se alguém é sério ou malandro?

Sons, sim, mas só os musicais. Os passarinhos poderiam continuar cantando, o barulho do vento seria sempre bem-vindo e as ondas do mar quebrando na praia continuariam fascinando todos. Os estrondos das trovoadas também poderiam acontecer – às vezes – para rapidamente deitarmos a cabeça no ombro do homem amado, pensando que ali o raio não iria, nunca, nos atingir. Tudo isso sem que uma só palavra fosse dita – e precisa? Palavras, sim, mas só as escritas.

Crianças são bem mais espertas do que se imagina; quando elas não gostam de alguém, geralmente têm suas razões, sem que esse alguém as tenha insultado com palavras. É só no olho – elas entendem das coisas. Uma mulher sabe perfeitamente com que intenções um homem a encara e sabe também responder à altura: dá o sinal verde – ou o vermelho – sem precisar emitir um único som. Aliás, algumas são muito mais sensíveis a um olhar do que às conversas; a essas elas já estão acostumadas, e nelas não devem acreditar. Existe também o pior de todos os olhares: aquele frio, desinteressado, indiferente. Quando você suspeita que alguém está mentindo, a primeira coisa que diz é: “Quero ver você dizer isso olhando nos meus olhos”. Dificilmente alguém consegue sustentar uma mentira com os olhos; só a atriz Meryl Streep, talvez.

Um mundo silencioso, em que as pessoas se entendessem apenas pelo olhar, seria mais verdadeiro, mas talvez impossível, já que as palavras foram inventadas com uma única finalidade: esconder os pensamentos. Por mais ingênua que seja uma mulher, ela sempre intercepta o olhar de desejo do seu homem por outra mulher, mesmo que ele dure uma fração de segundo, às vezes antes de ele mesmo perceber. E, quando isso acontece e ela demonstra ciúmes, é chamada de louca.


Danuza Leão.

27 de dez. de 2010

Canto do Saber ...

"Que seja doce a dúvida a quem a verdade pode fazer mal." (Michelangelo)


"Os erros são, no mínimo, um sinal de que estamos saindo da estrada principal e experimentando outros caminhos." Roger Von Oech


"Integridade não precisa de regras." Albert Camus


"Esta palavra "eterno" é uma palavra séria." Richard Sibbes


"O adulador te elogia, mas não é amigo verdadeiro." Odilo Schreger

11 de dez. de 2010

" John Lennon "

" Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal "


" É uma falta de responsabilidade esperarmos que alguém faça as coisas por nós "



" A vida é aquilo que acontece enquanto você está planejando o futuro "


" Quando fizeres algo nobre e belo e ninguém notar, não fique triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo e no entanto, a maioria da platéia ainda dorme "




" E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém "



Beijos, M.

Carta de Yoko Ono

No Aniversário da morte de John Lennon, Yoko Ono enviou uma carta ao New York Times pedindo a paz no mundo, "Saremos nossas feridas juntos" Abaixo, a carta na íntegra:

Desculpem-nos.
Oito de dezembro está perto novamente. Todos os anos, neste dia, muitas pessoas me procuram, de todas as partes do mundo, porque se lembram do meu marido, John Lennon, e da sua mensagem de paz.

Obrigada pelo amor eterno a John e também por sua atenção comigo neste trágico aniversário. Este ano, porém, no 8 de dezembro, eu gostaria também de lembrar das milhões de pessoas que estão sofrendo pelo mundo.

Às pessoas que também perderam seus entes queridos sem motivo: nos perdoem por termos sido incapazes de impedir a tragédia. Nós rezamos para as feridas cicatrizarem.

Aos soldados de todos os países e de todos os tempos, mutilados ou que perderam suas vidas: nos perdoem por nossos maus julgamentos e pelo que aconteceu como resultado deles.

Aos civis que foram mutilados, ou mortos, ou que perderam membros da sua família: nos perdoem por termos sido incapazes de impedir que isso acontecesse.

Às pessoas que foram abusadas e torturadas: nos perdoem por termos permitido que isso acontecesse. Saibam que sua perda é nossa perda. Saibam que o abuso físico e mental que
vocês passaram terão um efeito duradouro na nossa sociedade e no nosso mundo. Saibam que o ônus é nosso.

Como a viúva de alguém que foi assassinado por um ato de violência, eu não sei se estou pronta para perdoar aquele que puxou o gatilho. Estou certa de que todas as vítimas de crimes violentos se sentem como eu. Mas a cura é o que mais precisamos agora no mundo.

Vamos curar juntos as feridas do mundo. Todo ano, vamos fazer do 8 de dezembro o dia de pedir perdão para aqueles que sofreram o inimaginável. Vamos desejar fortemente que um dia sejamos capazes de dizer que nós nos curamos, e que, nos curando, teremos curado o mundo.

Com muito amor,
Yoko Ono Lennon
Nova York, 29 de novembro de 2006.

Beijos, M.

7 de dez. de 2010

#saudades


mudança ...



As coisas não mudam, nós é que mudamos. O início de um hábito é como um fio invisível, mas cada vez que o repetimos o ato reforça o fio, acrescenta-lhe outro filamento, até que se torna um enorme cabo e nos prende de forma irremediável, no pensamento e ação.

(Orison Swett Marden)