4 de jun. de 2009

Axé Music ...


Quem me conhece sabe,tenho um fascínio especial pelo axé music.Cá estou para falar da minha paixão por todo esse clima,essa nação,esse estilo de vida(palavras de apaixonada). O axé music já viveu dias gloriosos no final da década de 70,conheceu a decadência no início dos anos 90 e agora caminha com passos largos ao apse. Originalmente fundado na Bahia,é iluminado pelo farol da Barra e abençoado pelo Senhor do Bonfim,não poderia ser diferente. Nas minhas veias corre sangue baiano!
Alguns poderão alegar que o ritmo musical tem uma certa predominância para o uso de uma poesia requintada nas suas canções.Admito que muitas das composições são sim de um gosto extremamente duvidoso.Se alguém souber um estilo de música em que não haja uma ovelha negra comercial se quer,me mande um email,aguardo ansiosamente.Nem tudo são flores!Por falar em flores, esse é o título de uma música da Ivete que gosto muito..todo show dela espero que toque essa música,no Cerveja & Cia Folia do ano passado não foi diferente.Esperei muito e quando tudo parecia perdido..concretizou-se:Ivete com o trio parado na minha frente disse,"flores pra vocês". Fui ao delírio, como sempre.Cantei e pulei ao som de:"já lhe dei flores,flores,flores,que brotaram em meu jardim,você brincou de bem me quer,mal quer saber de mim...".
Momentos como esse são únicos,só axé é capaz de proporcionar.
O Brasil é o país da diversidade!Na música não somos diferentes.É difícil escolher um ritmo que retrate uma nação,sua cultura,seus costumes,seus ideais,se é que temos algum.Para americanos:o jazz,para franceses a música clássica,para os brasileiros:o som de balas perdidas(rs,desculpa,tive que brincar,mas,não posso ser tão pessimistas assim).Eu teria a audácia de afirmar que o axé é de uma brasileiridade incrível.A batida forte da percussão retrata a alegria de um povo.Em uma só canção consegue misturar pop,reggae,merenge,salsa com um toque de r&b.O axé arrasta multidões, incentiva a liberação da alegria,promove a união da massa,reascende a cultura de um povo,encharca o coração dos apaixonados,faz chover, incedeia,clarea... O axé é a alma do baiano.O baiano é Brasil.É o povo de sorriso fácil,é o ritmo da felicidade exacerbada.É a nação da havaiana no pé,do estilo afro,da etnia à flor da pele. Entretanto,essa magia toda não dura o tempo inteiro.Há sempre algum "estraga prazeres" que buscará defeitos e insistirá que nos eventos onde o axé music predomine há um alto consumo de drogas.As pessoas falam com uma convicção e a impressão que temos,ao ouvir tais declarações,é que o Tuca do Jammil em determinada hora do show joga lança para a platéia e a Claudia Leitte cheira pó,e viesse de brinde junto ao abadá do Asa de Águia um pacote com ecstasy!Eu perguntaria se esse ser vivo é habitante de um país chamado Brasil,onde abrem-se mais boca de fumo do que escolas.Se houver alguma festa que não haja nenhum tipo de droga,lícita ou ilícita,deixem outro email pra mim,junto ao segredo de como chegar ao pote de ouro do arco-íris,claro.Eu só queria que todos entedenssem que não é o local que irá incentivar o consumo,há tantos casos que iniciaram dentro dos seus próprios quartos, no seu mundo de portas abertas para a degradação.Não estou aqui para fazer uma espécie de apologia à qualquer tipo de droga,afinal se tem uma coisa que prezo é pela vida e é por ela que brindo ao som de Maria Caipirinha do Timbalada.
É difícil para aqueles que não vivem,entender certos momentos.É mais difícil ainda explicar essas situações.Como traduzir chuva na micareta?Sol se pondo numa trivela? Trio elétrico descendo a ladeira?Difícil verbalizar a sensação de ouvir os primeiros acordes da guitarra em um bloco,seguido por um eletrizante "essa é a minha galera". E quando,na mesma situação de concentração,escuta-se "boa sorte Chicleteiros,vamos nessa" .É no mínimo arrepiante!Correr atrás do trio,cantar "Que força é essa" vendo o sol nascer,pular numa das avenidas principais da cidade que naquela noite transformou-se no beco da alegria,brindar ao som de "Amor tropical" e delirar quando escuta a introdução da "Pequena Eva"... impossível!
À todos vocês convido para darem uma volta no trio,afinal de contas de contas atrás dele só não vai quem já morreu!

Texto de Eduardo Araújo, com umas modificações da minha pessoa,rs.