"a única verdade é que vivo. Sinceramente, eu vivo. Quem sou? Bem, isso já é demais...." Clarice Lispector
25 de jul. de 2008
Mentiras e etcs...
Não sou o tipo de pessoa que aceita uma mentira.Eu consigo aceitar (quase) tudo de uma pessoa, mas não me peça para engolir uma mentira com sorriso no rosto e ainda ficar quieta,achando lindo o fato de estar sendo enganada.Prefiro a dor da verdade,nua e crua,à mentira,à ilusão do que não é.Uma hora ou outra a verdade aparece,todos sabemos disso,e é melhor sofrer e enfrentar a verdade do que enfeitar,fantasiar e,no fim,ter a realidade plantada a nossa frente,esperando para mostrar que fomos enganados e,junto,trazer todos os sentimentos de dor e constrangimento que isso implica.Não gosto de mentiras,porque dói no peito.É um tapa na confiança,às vezes,um pontapé dos grandes e o constrangimento de ter sido passada para trás,ter sido feita de boba não me agrada e tenho certeza que a ninguém.
Não sou hipócrita!Reconheço que já menti nessa vida (e não foi pouco) e duvido que exista alguém no mundo que nunca o tenha feito.É o tipo de defeito que vem de fábrica,encontrado em todos os seres humanos,cabendo a cada um se policiar frente a tal defeito para não se ver descartado ou trocado por um novo modelo que,aparentemente,não apresenta esse tipo de falha,mas basta algum tempo de convívio e algumas “circunstâncias” para que a tentação surja e o defeito em questão,já tão conhecido,seja apresentado.Não adianta nos enganarmos:todos mentimos,ainda mentiremos e,cá entre nós,mentir em algumas situações é preciso.A minha aceitação aqui recai sobre aquelas “mentirinha” que todos estamos sujeitos a cometer e que,embora mostre o nosso desvio de caráter,não afetará por completo a vida de uma pessoa ou a nossa própria vida.Não concordo que exista “mentirinha” ou “mentirão”,mas há uma real diferença entre “não fui eu que comi o brigadeiro que estava na geladeira”,enquanto alguns granulados restam na ponta dos nossos dedos e “aquela menina saiu com o namorado da outra”,simplesmente porque você não gosta da pessoa e decidiu “ferrar” com ela.Esse tipo de mentira,a maldosa,é repugnante.Minha esperança é que as pessoas um dia se coloquem no lugar das outras e percebam que o que estão fazendo com o próximo hoje,poderão estar fazendo com elas amanhã e que deixem de se valer de meios tão baixos para obter uma vantagem desnecessária.Outro tipo de mentira que me enoja é a descarada.“Não,eu nunca te traí,porque te amo”,depois de pegar uma mensagem no cel dele “A noite de ontem foi ótima!” é merecedora de um murro no meio do nariz.A mentira que é claramente percebida traz consigo uma carga de revolta maior do que o normal,pelo menos em mim,então é bom saber que ela deve ser a mais evitada.Histórias sem pé nem cabeça,nem pensar!Então,o que fazer?Não tem muito o que ser feito.O mal já foi lançado,a semente jogada ao vento.O que se pode tentar é falar a verdade - prensemos o “antes tarde do que nunca”,embora seja tarde às vezes - e torcer para que a semente não caia num campo fértil.Se eu descobrir que mentiram para mim,não perco o meu tempo tirando satisfação,pelo menos na maioria das vezes me comportei assim.O máximo que eu posso fazer é deixar claro que já sei a verdade e,algumas vezes,diminuir a pessoa por ela não ter sido capaz de ser honesta comigo,considerando que procuro ao máximo dizer a verdade,doa a quem doer.Lembrando:há diversos jeitos de se falar uma coisa,preze pelo melhor, sem meias-verdades e,se preciso,permita-se algumas entrelinhas.
Creio que esse post merece ficar no ar um bom tempo,enquanto eu busco o pouco da imaginação que foi dar uma volta.
Bjos e bom final de semana!